quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Rihanna (de novo)

Confesso que uma das coisas que mais me instigam na cena do forró eletrônico é a rapidez e o senso de oportunidade (e oportunismo) com que as bandas se apropriam das músicas do pop internacional. Muitas mal acabam de entrar nas paradas mas já ganham uma versão (ou mesmo versões, pois às vezes aparecem versões diferentes simultaneamente) com letra em português.
Como disse em um post anterior, isso já podia ser percebido desde os anos 90, mas é nítido que nos últimos anos se intensificou de tal maneira que chega a ser quase impossível acompanhar todas essas versões.
A última que ouvi, hoje, é da banda Amor Cearense. Quem ganhou sua versão forró foi Rihanna (já tinha ganhado antes com o hit Umbrella). Don't Stop the Music virou "Recaída".

PS: "Essa é nossa e pode copiar", canta Nildinha. Será que Rihanna sabe disso?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Celebridades

Nossa pesquisadora Keiliane Gomes apresenta nesta sexta-feira (19) , no Encontro de Pesquisa do TCC deste semestre, o trabalho que está realizando, sob orientação do autor deste post :), sobre a Revista Forrózando e a cultura de celebridades na cena do forró pop cearense.

A apresentação será 07:30, na sala T-45.



(Revista Forrózando, antes da reforma gráfica)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Forró, São João, "autenticidade" e "sucesso"

Matéria de hoje do portal G1 destaca a presença das bandas de forró eletrônico nas festas juninas de Campina Grande e Caruaru. Aviões e Cavaleiros do Forró são os destaques, com"Chupa que é de uva" e "Senta que é de menta". Nenhuma menção a "Relaxa que é de borracha"...

O G1, aliás, lançou um blog para cobrir o São João. No momento, há uma discussão interessante sobre a ascensão do forró eletrônico e a defesa do "tradicional" pé-de-serra. Dominguinhos (recém homenageado no Prêmio Tim de Música) acusou o forró eletrônico de descartável (vários comentários reforçam o discurso do forró eletrônico como "lixo cultural" e do pé-de-serra como autêntico, verdadeiro etc). As bandas "com sucessos nas paradas defendem seu espaço, como Aviões do Forró, afirmando "que não tirou a identidade do forró, apenas apostou em batidas diferentes".

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Forró pop na web:
Twitter forró
Forró blog ("o blog oficial da nação forrozeira")

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Curtas (nem tão curtas)

* Por uma necessidade de reestruturar a pesquisa a partir de determinados critérios revistos pela Universidade, reconfiguramos parte do projeto apresentado no ano passado.

*Depois de uma discussão em um de nossos encontros, e aproveitando que já seriam necessárias pequenas alterações no projeto inicial, resolvemos mudar o nome do projeto para "Forró Pop e a nova indústria cultural no Ceará."

* A substituição do termo Forró Eletrônico por Forró Pop é só uma tentativa de dar uma maior ênfase ao universo cultural (e pop-popular) do forró. De todo modo, manteremos o atual endereço do blog com a expressão "forró eletrônico", uma vez que o termo é corrente neste mesmo universo, sem prejuízo para sua análise.

*Discutimos ainda se era pertinente a expressão "indústria cultural". Cabe ressaltar (e há uma longa e fecunda discussão traçada ao longo das últimas décadas na pesquisa em comunicação e outras áreas) que o termo não é fiel à concepção clássica adorniana (perdoem-me a simplificação, mas concepção esta ancorada numa contraposição rígida de arte e "divertimento" que não nos ajuda muito a compreender a riqueza e as contradições do universo do forró e das culturas populares contemporâneas). Nesse sentido, o termo "nova indústria cultural" não sugere que o universo do forró pop veio simplesmente substituir uma indústria cultural anterior, mas enfatizar a emergência de um novo cenário sócio-cultural, a partir da década de 90 e reestruturado nos dias atuais, de um mercado de bens simbólicos que é relativamente hegemônico em nosso Estado, abrangendo uma vasta cadeia produtiva de negócios, espaços de sociabilidade, produtoras e gravadoras musicais, programas de rádio e televisão, revistas temáticas e uma cultura de "celebridades", dentre tantos outros tópicos, que a própria expressão já nos exige uma reflexão. Nesse sentido, "indústria cultural" do forró pop assume aqui uma perspectiva mais inclusiva, de compreender também novos modelos de produção, circulação e consumo que preconizam, às vezes de modo mesmo contraditório, o combate e a apropriação de práticas e estratégias alternativas como a pirataria de CDs e DVDs, gravação de shows ao vivo, circulação de arquivos digitais em sites e comunidades virtuais etc.

* A partir de agora, o blog será atualizado com mais freqüência! Simone e meninas, compareçam!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

'Beber, cair e levantar'




Nossa primeira visita de campo foi ao Forró do Sítio, no Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza). A festa: Beber, Cair e Levantar, realizada no dia 21/05.

As fotos são da pesquisadora Simone Lima e estão disponíveis em nossa página do Flickr.

domingo, 6 de abril de 2008

Forró na Barra

Simone, com a sensibilidade de sempre, registrou um domingo na Barrá do Ceará:


Fotos aqui.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Bahia

Off-topic, mas nem tanto... A Folha de S. Paulo publicou hoje uma ótima matéria sobre o "triunfo" do axé na música brasileira. Só o primeiro parágrafo do texto escrito por Marco Aurélio Canônico já merece a leitura:

Críticos anticarnaval, moralistas de plantão, guardiões da "qualidade" da música brasileira, horrorizai-vos: a axé music veio, mandou tirar os pés do chão e jogar as mãozinhas para o alto e venceu.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Pé-de-serra X eletrificado

Texto do Diário do Nordeste destaca o aniversário de 11 anos da casa Kukukaya, referência para o forró pé-de-serra em Fortaleza. É importante perceber a fala (do repórter) de contrapor a "música tradicional nordestina" ao "forró eletrificado" e a do proprietário que ressalta o sucesso de ter explorado um "nicho" para quem gosta de "música nordestina de qualidade".

quarta-feira, 19 de março de 2008

Forró-funk ou funk-forró?

No início do ano, o jornal O Povo publicou uma matéria sobre as versões em forró de músicas de sucesso, como Umbrella (da Rihanna) e Boa Sorte (Vanessa da Matta). O título era "Música para dar risadas". À parte algumas versões ficarem realmente engraçadas, são cada vez mais comuns na programação das rádios de Fortaleza essas "releituras", algumas em versões bem profissionais. A mesma música de Rihanna, aliás, já ganhou até versão em português pelos Aviões do Forró (outra prática comum no forró eletrônico, diga-se; quem não lembra da versão para I will survive feita nos anos 90, cujos versos mudaram de "At first I was afraid, I was petrified" para "Você sempre vem, como sempre vai"?).

Fiquem então com a Rihanna forrozeira:

Isso e muito mais em Belém do Pará

Um estudo fundamental para compreensão das cenas musicais periféricas no Brasil é a pesquisa "O Tecnobrega de Belém do Pará e os modelos de negócios abertos", desenvolvida pela equipe do projeto Open Business Models - Latin America (Ronaldo Lemos, Oona Castro, Hermano Vianna, entre outros). O relatório completo está disponível para download em formato pdf (aqui).


Em 08 de março, fizemos nossa primeira "visita" ao centro de Fortaleza. As fotos estão disponíveis aqui.